Arquivo mensal: dezembro 2012

Retrospectiva 2012

Padrão

2012 finda-se, mas não a música que foi produzida nele. Pra encerrar esse ano que foi ótimo pra nós, vamos colocar um link dos 92 discos que postamos durante o ano.
Desses 92 discos, 51 são nacionais e 41 internacionais,  que renderam quase 31 mil visualizações. O mês de dezembro, com mais de 3.500 visualizações, foi o que teve mais acesso. O dia com mais visitas foi o 16 de dezembro, com 297 e a postagem: Os discos brasileiros de 2012, foi a a mais visualizada.

Nesse ano, iniciamos também algumas entrevistas além de só postar os discos. As entrevistas foram feitas com Alex Cruz, músico e produtor, que estreiou as sessões falando sobre o disco novo do Mama Gumbo, Thiago França, sobre o projeto Sambanzo, com os cariocas cabeçudos do Chinese Cookie Poets, atravessando fronteiras e trocando uma ideia com os argentinos no Go Neko!  e novamente com o inquieto Alex Cruz e seu Dharma Samu.

Saimos de 2012, tentando de alguma forma somar com a música; seja ele instrumental, nova, antiga, brasuca ou gringa. Voltamos em 2013 com mais força, novidades e dispostos a trocar com todo mundo!
Grande abraço e ótimo ano pra todos nós!!

Boca Fechada
(Marcelo e Eduardo)

ps: E seguem os links:

Janeiro:

Fevereiro:

Março:

Abril:

Maio:

Junho:

Julho:

Agosto:

Setembro:

Outubro:

Novembro:

Dezembro:

Os discos brasileiros de 2012

Padrão

A música brasileira está num momento muito fértil a um tempo. Maior democratização dos meios de comunicação, melhor facilidade de se fazer registros e mais acesso à músicas feitas pelo mundo, garantem produções com muita qualidade e isso se reflete também na música instrumental, fazendo bandas de diferentes gêneros e de distintas partes do Brasil mostrarem o que tem produzido
Como no fim de ano surgem várias listas com os melhores, resolvemos apenas listar em ordem cronológica (de postagem) os discos brasilerios que passaram pelo blogue e foram lançados no ano que o mundo não acabou.
Nossos parabéns a todos os artistas, técnicos e produtores que participaram de tão belas produções!
Segue a lista:

Mental Surf – Psilosamples
psilosamples-mental_surf

Último registro do mineiro Zé Rolê, vulgo Psilosamples, que teve um ano fantástico, tocando inclusive no Festival Sonar, em Barcelona.
Mental Surf é música eletrônica brasileira na veia!! Discão!!
Ouça!

Ytcha – Mama Gumbo
2012 - YTCHA

Lançado no início do ano, o quinto disco da carreira da banda paulistana Mama Gumbo é o mais maduro da carreria de quase 10 anos da banda.
Ytcha tem as experimentações do primeiro disco da banda de 2004, só que com as ideias mais claras. Mistura enérgica de afrobeat, funk e música latina, um dos melhores de 2012!
Ouça!

Mocumentário – Fóssil

EsmeraldaUm dos discos que mais visualizações alcançou esse ano, Mocumentário, terceiro disco dos cearenses radicados em São Paulo do Fóssil, trouxe algumas inovações a seu lançamento. Cada música teve um vídeo como referência, e em alguns temas, foram colocados poesias. Bela mistura!
Em Mocumetário, a banda misturou ao rock já produzido por toda sua carreria, algumas experimentações de ritmos mais brasileiros, além de timbres que conversaram muito bem entre guitarras e sintetizadores.
Ouça!

Etópia – Sambanzo

capa

Sambanzo é um projeto de um dos músicos que mais se destacou e tocou no ano de 2012. O saxofonista Thiago França, junto com vários de seus parceiros inseparáveis, lançou no início do ano o disco Etiópia, segundo da carreria do projeto, e que trouxe uma mistura enérgica entre música africana e temas que parecem pura improvisação.
Esse post inaugurou no blogue uma nova fase, já que junto ao disco, fizemos uma bela entrevista com o músico.
Ouça!

3 Vezes Grande – Marco Nalesso e a Fundação

CAPA

Marco Nalesso e a Fundação, são de Santo André, região metropoliatana de São Paulo, e em Três Vezes Grande, fizeram temas que vão do funk e soul norte americano, ao samba e baião brasileiro. Música negra na alma!
Ouça!

Às Margens do Rio Doce – Ska Maria Pastora

1 Capa

Os pernambucanos do Ska Maria Pastora, banda formada em 2008, lançaram esse ano Às Margens do Rio Doce, disco cheio de suíngue e recheados de temas que tem o ska como norte, mas que passeiam muito bem pela música jamaicana, fazendo-a travar um belo diálogo com a música brasileira e nordestina.
Ouça!

Evento Horizonte – Ubella Preta

C

Os paraibanos do Ubella Preta, lançaram o segundo registro da carreira, depois do interessante EP Água de Jamaica, lançado em 2010.
O amadurecimento da banda é visível nas músicas. Os elementos da música africana, já presentes anteriormente, em Evento Horizonte ganharam mais corpo e  foram explorados pelas experimentações do grupo. Belo disco!
Ouça!

EP – Mutus

cover

Os santitas do Mutus lançaram esse belo disco, e primeiro registro, no segundo semestre. Gravaram ele ao vivo, baseados no improviso e mostrando uma da características de um genuíno power trio: a intensidade. Os temas do EP passeiam pelo rock setentista e são uma bela mostra do que ainda está por vir.
Ouça!

LP – Elma

PrintLançado em forma de LP, o terceiro registro e primeiro disco dos paulistanos do ELMA, que esse ano completou 10 anos de carreira, figurou em algumas listas de melhores do ano. É mesmo um belo trabalho que fundiu o metal à música moderna, muitas vezes concreta, e  retirou do gênero mais pesado do rock, a característica de ser muito fechado.
Ouça!

2 – MarginalS

CD.MarginalS.SóCapa-P

Chamdo simplesmente de 2, o segundo disco do trio MarginalS, formado por Thiago França, Anthony Gordin e Macelo Cabral é música livre em essência! Como no primeiro registro, lançado ano passado, entraram em estúdio e apertaram rec. Improvisação foda na veia e certeza de nunca mais ouvirmos esses temas.
Ouça!

Worm Love – Chine Cookie Poets

cover

Mais um disco ótimo de 2012. Os cariocas do Chinese Cookie Poets, assim como o MarginalS, também trabalham com a música livre. Pra Worn Love, entaram no estúdio e fizeram uma sessão de 4o minutos, de onde extraíram o material pro disco. Trabalho muito interessante com loops e timbres. Também rolou entrevista com os caras.
Ouça!

This Is Rolê – Macaco Bong

Capa

Terceiro registro do power trio cuiabano Macaco Bong, o disco This Is Rolê, mostrou outro caminho pra música dos caras, se aproximando em algumas ocasiões da música pop. Os belos temas da guitarra de Bruno Kayapy continuam ali, porém, mais maduros e vivos que nunca.
Ouça!

Bailando com a Senorita B – Dharma Samu

2012 - BAILANDO COM SEÑORITA B

Um dos cabeças do Mama Gumbo, o músico e produtor Alex Cruz, sobre a alcunha de Dharma Samu  fez essas músicas pra um espetáculo de dança. O espetáculo não saiu do papel, mas as músicas viraram um disco. Bailando com a Senorita B, foi um dos lançamentos mais interessantes do ano, e quase todos os instrumentos do álbum foram gravados pelo músico.
Entrevista também!
Ouça!

Mils Crianças – Hurmold

folder

Mesmo com o ano quase acabando, deu tempo de ouvir essa pérola. O quinto disco da carreira do Hurtmold,o tal Mils Crianças demorou 5 anos pra sair e trouxe um novo momento pra banda. As músicas estão mais curtas e bem resolvidas e mostram o amadurecimento da banda, que nesses 5 anos tocou com algumas feras da música e maturou as ideias e experiências pro álbum.
Ouça!

Bom, esses foram os discos brasileiros lancados em 2012 e que foram disponibilizados aqui no blogue. Esperamos que curtam e passem pros amigos.
Aguardemos 2013 com afinco, pois promete e muito para música instrumental. Leia o resto deste post

Com Muito Ritmo (1972) – Boogaloo Combo

Padrão

front

 

1.Nappy Head (tema de “Guetto Man”)
2.Ain’t That Loving You (for more reasons than one)
3.Way Back Home
4.Ebony Eyes
5.Goza Negra
6.Theme From The Music Lovers
7.Hot Pants Road
8.Put It Where You Want It
9.Suavecito
10.Rock And Roll Lullaby
11.Un Rayo de Sol
12.If You Could Read My Mind

Para finalizar muito bem o ano, mais uma raridade da música brasileira pintando no pedaço. Com muito Ritmo, de 1972,  é o segundo de três discos lançados pela banda Boogaloo Combo. O álbum é uma mistura de música latina, soul, funk com uma certa dose de romantismo. É música de gente grande, daqueles discos pra ouvir e sair bailando! Só clicar aqui e mexer o esqueleto!

Los Malos de Verdad (2010) – Go Neko!

Padrão

Capa

1. 8th Man
2. La Maquina Fantasma
3. Ask Matusa What to Do!
4. No Tengo Otra Alternativa
5. La Gran Marcha
6. Fuego en el Campeonato
7. 14 de Junio
8. Esto es Guerra
9. Los Malos de Verdad
10. Los Camaradas de Brown
11. Hago Mal en Mirar a los Muertos

Novamente atravessamos o Rio da Prata pra fazer conexões via música instrumental do outro lado da fronteira. Depois do Falsos Conejos e do Rumbotumba, ótimas bandas instrumentais da Argentina, hoje colocamos por aqui o último disco da banda portenha Go Neko! Diferentemente das citadas anteriores, que exploram a música contemporânea (Falsos Conejos) e a música eletrônica misturada à música andina (Rumbotumba), o Go Neko! tem suas composições baseadas no rock, principalmente o produzido na década de 90 e que muitos denominaram de post-rock.

Formada por Hermano Pipe (teclados, ruidos, sintetizador); Mariano Neko (baixo, voz); Tom (voz, harmônica, voz sampleada, batería), Manu (guitarra, voz sampleada) e El Peta (guitarra), estão na estrada desde 2006 e Los Malos de Verdad é o segundo álbum da banda. Lançado em 2010, o disco abusa com maestria dos samples, e são eles, juntamente com as vozes e gritos, que ajudam os temas instrumentais a falarem, criticarem e proporem algo novo, dentro e além da música.
Pra ouvir o disco, disponibilizado pela banda em seu site, clique aqui!

Batemos um papo (em portunhol) com o Go-Neko!, sobre música instrumental, influências e Argentina e Brasil. Se liga:

Boca Fechada: A música instrumental foi uma opção ou surgiu naturalmente?
Go-Neko!: Surgió naturalmente, nunca nos lo propusimos como una regla para la banda. No estamos cerrados a eso, puede haber voces en cualquier canción. Además no nos consideramos una banda instrumental “clásica” podría decir, en la que hay muchos solos o las estructuras son muy complejas. Lo que hacemos nosotros tiene estrucutura de canción bastante fácil.

BF: Quais são as influências da banda? Como é o processo de composição de vocês?
GN: Creo que cada disco tiene sus influencias más particulares. Uno no siempre escucha lo mismo, también nos vamos aburriendo y buscamos nuevas bandas que nos inspiren. Nos gustan mucho LCD Soundsystem, Caribou, Beta Band, Chemical Brothers, Dan Deacon y muchas bandas más.

Go Neko!

BF: Como veem a música instrumental argentina e como é a receptividade do público a esse estilo? Vocês tem conhecimento da música instrumental brasileira?
GN: Me parece un erro nombrar a la música instrumental como un género. Instrumental puede ser una banda de reggae, otra de rock
progresivo, un grupo de jazz, etc. y lo único que tienen en común es que no canta nadie. Nosotros nos movemos en un ambiente donde hay de todo, no me parece bueno separar a una banda porque no tiene cantante de las demás. Conozco muy pocas bandas brasileras en general.

BF: Já tocaram fora da Argentina? Tem projetos de aparecer pelo Brasil?
GN: Sería hermoso poder ir a tocar a Brasil. Nos cuesta mucho realizar viajes ya que no tenemos el poder adquisitivo para hacerlo. Si nos invitan iríamos encantados!

Mils Crianças (2012) – Hurtmold

Padrão

folder1. Naca
2. SNP
3. Hervi
4. Joji
5. Chavera
6. Beli
7. Tomele Tomele
8. Cleptociprose
9. Pigarro

Se o mundo acabar essa semana podemos ir felizes, pois deu tempo de ouvir o quinto (e puta) disco da banda paulistana Hurtmold. Com 15 anos de carreria, tornaram-se ao longo desse período, umas das bandas independentes mais respeitadas e consolidadas da música brasileira. Ficaram 5 anos sem lançar nada e antes do ano – ou o mundo – terminar, saiu o esperado Mils Crianças. Mesmo sem lançar nada sobre a alcunha de Hurtmold, nesses 5 anos os caras não fiacaram parados. Em outros projetos, como MDM, Chankas, M. Takara 3, Bodes e Elefantes, São Paulo Undreground ou acompanhando outros artistas, dentre eles Marcelo Camelo ou a lenda do jazz Pharoah Sanders a marca da banda ficou registrada.

Valeu a pena esperar, pois Mils Crianças mostra que os caras continuam afiadíssimos em suas experimentações. São nove composições inéditas, com a alma da banda, porém com uma consistente escolha de timbres e ritmos mais minimalistas. À primeira audição o disco pode soar mais “fácil”, porém, em entrevista à revista SOMA, os integrantes consideram-no como o “mais difícil” da carreira. É notório o amadurecimento das ideias dos caras; cada elemento, tanto em ritmos e instrumentos, parece mais bem colocado, mais preciso. As músicas estão mais curtas que as composições antigas, justamente pela experiência e diálogo maior que eles travam em suas produções desde 2007, quando lançaram o último trabalho.
Pra ouvir esse discão, clique aqui!

Fernando Catatau – Ao vivo Instrumental Sesc Brasil (2010)

Padrão

folder

1.Chega!
2.Tempo Estranho
3.Poeira
4.Charlando no Espaço
5.Música Lenta
6.Bluseiro Lerdo
7.Olhos Abertos
8.Biscoito
9.Sangue de Zahle

Fernando Catatau, guitarrista da banda Cidadão Instigado, e também, um dos mais requisitados guitarristas do Brasil, tem trabalhos com Otto, Arnaldo Antunes, Coletivo Instituto, Los Hermanos, Céu, Vanessa da Mata, Siba e outros. Um dos seus trabalhos, o que temos aqui, é sua apresentação no Instrumental Sesc Brasil, programa da SescTv, realizada em 20 de setembro de 2010. Além de Catatau, a banda é formada por Regis Damasceno (baixo – Cidadão Instigado),  Samuel Vieira (bateria – Coletivo Instituto) e Clayton Martin (percussão/guitarra digital – Cidadão Instigado).

A partir do momento em que se aperta o play, já se reconhece o som peculiar e bem característico que Catatau faz em sua guitarra. Ele é um dos poucos músicos que tem sua marca, é só tocar pra saber que é ele. E neste trabalho, a psicodelia rola solta, mais ou menos um post-rock tropicalista com melodias fortes e solos de guitarras bem marcantes.  Para ouvir, só clicar aqui! Recomendadíssimo!

É fácil encontrar toda apresentação e entrevistas no YouTube.

Los Míticos del Ritmo (2012) – Los Míticos del Ritmo

Padrão

losmiticos-front-web1. Introducion (Repack)
2. Cumbia Comejen (Repack)
3. Otro Muerde el Povo (Another One Bits the Dust)
4. La Libanesa (Repack)
5. Samaria (Repack)
6. Willy`s Merengue (Repack)
7. Cumbia del Mochila (Repack)
8. Satta Massa Cumbia (Repack)
9. No Pares Hasta Tener lo Suficiente (Don’t Stop ‘till You Get Enough)
10. Noche del Tamborito (Repack)
11. Fabiola (Repack)

Los Miticos del Ritmo é um grupo de cumbia colombiano, formado pelo produtor alemão Will Holland, que há alguns anos largou tudo na Alemanha e veio para a Colombia para pesquisar e produzir uma nova linguagem e fazer experiências com os ritmos latinos. Essas experiências foram materialzadas em seus vários projetos sobre a alcunha de Quantic. Recentemente, lançou um belo trabalho de pesquisa dos ritmos latinos, com artistas praticamente desconhecidos e lançou-o, denominado de Onda Trópica.

Ano passado com o mesmo projeto, W. Holland lançou um disco denominado Hip Hop in Cumbia, misturando o ritmo de origem colombiana com o rap. Essa mistura continuou no disco lançado esse ano, dando outra cara para cumbia e utilizando instrumentos menos usuais encontrados no ritmo como clarinete, acordeon, etc; além de aproximá-la de melodias orientais, assim como faz outro belo grupo colombiano, o Frente Cumbiero. O disco é repleto de releituras da música mundial como a famosa Don’t Stop ‘till You Get Enough, de Michael Jackson!
Pra ouvir e bailar, clique aqui!

Preto de Cabelo Branco (2004) – Três de Paus

Padrão

tres de paus

1.Abertura
2.Jazz for Joe
3.L.A.
4.Pegando carona
5.Samba pro 6
6.Grooveando
7.Guanabacoa
8.Tem “mel” la em casas
9.Friendship
10.Nunca no um

Três de Paus é um trio instrumental que está na ativa desde 2002 formado por Maurício Caruso (guitarra), Ximba Uchyama (baixo) e Douglas Las Casas (bateria). Nas palavras da banda: “Não tocamos apenas Jazz, Funk, Música Latina ou Música Brasileira, não gostamos de rótulos, por isso o que tocamos deve ser chamado de MÚSICA INSTRUMENTAL, mas sempre trazendo tudo do “BRASUCA”, com o tempero do nosso Samba, Baião Maracatu entre muitos outros ritmos, pois desta forma podemos levar Música Instrumental Brasileira conhecida como MIB e mostrar a verdadeira arte de se tocar um instrumento, sem rótulos ou preconceitos.”

O disco Preto de Cabelo Branco foi lançado em 2004 e conta com várias participações: Márcio Negri (Sax Tenor), Adriano Magoo (Sanfona), Léa Freire (Flauta), Marcelo Martins (Sax Soprano), Marcelo Maita (Piano Rhodes), Yaniel Matos (Piano), Bocato (Trombone), Daniel Alcântara (Trompete), Walmir Gil (Trompete e Flugelhorn), Tubarão (DJ) e Tiago Costa (Piano). Para ouvir esse belo disco da música instrumental brasileira, é só clicar aqui!

 

Bailando com a Senorita B (2012) – Dharma Samu

Padrão

2012 - BAILANDO COM SEÑORITA B

1. Bailando com a Senorita B
2. Distância Dodecafônica
3. Distância Pseudomelódica
4. Prelúdio de uma Festa
5. Surpresa e Reconhecimento
6. Sintomas de uma Festa
7. No lado dos Teus Olhos
8. Despedida

Dharma Samu, é um dos diversos projetos que o produtor e músico paulistano Alex Cruz, tecladista e saxofonista de outros bons projetos como Mama Gumbo e Lejonti Trio. O Dharma Samu foi criado inicialmente como fazendo releituras instrumentais de músicas do Led Zeppelin. Com esse conceito, foi lançado em 2010 o disco Zepelinianas-Volume 1. Posteriormente, o projeto passou por uma reformulação, começou a investir em composições próprias,e é nesse contexto que nasce o disco Bailando com a Senorita B.

Originalmente uma trilha sonora de um espetáculo de ballet que não existiu, a ideia persistiu e resultou nesse belo trabalho. Alex Cruz, compôs e tocou praticamente todos os instrumentos, contando com a participação somente do bateirista Clayton Martim – amigo de longa data de Alex e também do percussionista Márcio Bononi, que divide outros projetos como o Mama Gumbo, com Alex Cruz.
Petardo sonoro-corpóreo da melhor qualidade. Pra ouvir o disco, clique aqui!

Fizemos uma entrevista com Alex, contado um pouco de suas impressões sobre o disco e como foi o prcesso de composição e gravação de Bailando com Senorita B.

Boca Fechada: O disco é uma trilha de um espetáculo de dança.? Como foi o convite pra esse trabalho?

Alex Cruz: O disco é uma trilha para um espetáculo de ballet moderno que nunca aconteceu. Eu gosto muito de dança e tinha um contato muito grande com os alunos de dança da faculdade Anhembi Morumbi, já fizemos até algumas apresentações juntos com o Mama Gumbo (nesse vídeo e na continuação dele vc pode ver um show que fizemos com o pessoal – http://www.youtube.com/watch?v=4t6i5HQcqvk). Sempre tivemos a ideia de unirmos todas nossas idéias num espetáculo de dança que tivesse música ao vivo, mas uma música diferente dessa música insossa que geralmente tem nos espetáculos de dança, o lance era fazer algo bem próprio, independente, com uma música vibrante, de uma maneira visceral, quebrando com todas as regras dos espetáculos de dança, fazer uma espécie de dança independente (como uma banda independente), mostrando uma maneira nova de criar algo, sem essas regras e esquemas das companhias de dança. Chegamos a começar os trabalhos, mas era o último ano da galera, com tcc pra fazer e essas coisas e não conseguimos levar adiante. Como eu já tinha começado as gravações com algumas idéias resolvi continuar e não perder o material.

BF: Considerei o disco bem particular. Não digo conceitual, mas ele possui um elo muito grande e uma linguagem particular do início ao fim. Isso tem relação com o roteiro da peça? Dá pra contar um pouco sobre ele?

AC: Ele é um disco conceitual e realmente tem uma ligação, tanto na concepção como na maneira como as músicas foram estruturadas. A idéia é falar sobre a vida, sobre o estranhamento, sobre o embate, sobre a luta e sobre os momentos de conciliação que temos com o viver. A señorita b é a imagem da vida personificada numa caliente garota latina, e vivemos como se estivéssemos bailando, dançando com a vida, em momentos existe uma sincronia e em outros um distanciamento, um atonalismo, uma sensação discrepante, dissonante. É uma idéia simples mais que abre milhões de possibilidades e interpretações, a idéia é sempre deixar a parada mais aberta para as pessoas que estão ouvindo poderem ter suas próprias conclusões, somando com as idéias já expostas na música.

Sou Alex

3. Como foi o processo de composição da trilha? E essa história de gravar quase todos os instrumentos?

Eu compus todo o trabalho e gravei as bases em dois dias de frenesi rsrsrsrs. É claro que alguns trechos eram pedaços de idéias soltos que eu já tinha experimentado, ou pensado, mas a maior parte foi composta nesses dois dias, onde eu também estruturei as idéias e o caminho a ser seguido. Depois disso eu quase abandonei o trabalho, pois estava trabalhando no disco do mama, que deu um trabalhão para ser feito, então quando eu me cansava do mama eu ia pro bailando e dava uma desestressada rsrsrsrs. Com as bases prontas fui até o estúdio do meu brother Clayton Martin (baterista do Cidadão Instigado) e colocamos as bateras. Ele me ajudou bastante a arrumar alguns trechos e trouxe idéias valiosas, além de um puta som de batera. Depois fui lapidando sozinho e com calma, nas folgas do mama, gravando tudo e testando muitas possibilidades… foi um disco que demorou pra ser feito, que foi muito testado e muito trabalhado. Esse tempo que levou e a calma com que foi feito foram importantes pro resultado final. Acabei tocando quase tudo por que a maioria dos meus amigos estava ocupada ou não se interessou muito pelo projeto rsrsrsrsrs. Mas isso foi bom pois pude fazer da maneira que queria e ter a calma pra fazer, foi uma experiência importante.

4. Em que outros trabalhos seus, você considera que existe uma proximidade com o Bailando com a Senorita B?

O bailando é um disco diferente, tanto por ser uma trilha sonora como pela maneira com que foi gravado, comigo tocando todos os intrumentos e lapidando lentamente os sons. Mas a maneira de compor, a estrutura mesmo da coisa, é um processo que venho desenvolvendo há bastante tempo, então dá pra perceber um estilo característico que vem desde os discos do flaming salt e que agora se consolidou, uma maneira bem própria de compor e organizar a música. Vc pode perceber uma linha que segue todos os discos do mama e até o primeiro do dharma (que continha somente músicas do led Zeppelin em versões instrumentais). Em todos esses trabalhos existe uma maneira específica de compor, em todos há uma ligação. Estamos fazendo esse trabalho ao vivo, com uma formação bem estranha – baixo, batera, sax e flauta, mudamos bastante os arranjos mais dá pra sacar essa característica comum em todos os meus trabalhos, hoje em dia as minhas idéias são bem mais claras e consegui chegar bem mais próximo daquilo que quero, mais ainda tenho muita coisa pra fazer, pra descobrir, enfim tem ainda muita maluquice pra acontecer…