Arquivo da categoria: Afro-Beat

CaladoNovo#2 – Gingo

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Muitas bandas instrumentais que começaram suas atividades na década passada aqui no Brasil, estão gerando outras novas bandas do estilo. Músicos que já tocam juntos em outras bandas, ou outros, que já tem certa história em grupos instrumentais (e não só), estão se unindo e começando produção nova, muitas vezes se descolando da sonoridade da “banda original”, e noutras com a sonoridade anterior sendo referência da música que está sendo criada. Um caso emblemático disso são os paulistanos do Hurtmold, que geraram ou seus integrantes se ocupam noutras bandas.

Bom, não é sobre o Hurtmold o post, já que a seção CaladoNovo tem como intuito divulgar bandas instrumentais que acabaram de sair do forno, e que ainda não tem algum disco lançado, Nesse contexto todo, apresentamos aqui a Gingo, banda formada por músicos que já tem essa tal outra história que citei. Gabriel Izidoro, Gustavo Cék, Rômulo Nardes e Hugo Cadaval formaram e/ou tocam em bandas como Bixiga 70, Joseph Touton, Batucada Tamarindo, Pipo Pegoraro, Palmeira Imperial, dentre outras.

O único material da banda lançado até agora é o vídeo que segue, e nele, percebemos que o som da Gingo carrega as referências das bandas que integrantes participam e também norteia algo novo, trazido pela mistura da cozinha batuqieira de bateria, baixo e percussão, com as possibilidade eletrônicas de pedais e sintetizadores e também das linhas de guitarra. Hoje, no Espaço Cultural Puxadinho da Praça, em São Paulo, os caras fazem o debute nos palcos, e por aqui, continuamos no aguardo de mais novidades da banda.

Parte 2 (2013) – União Thia

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Ervinha1. O Planeta
2. Mesmo Tempo
3. Pureza
4. Fela
5. Eu
6. Sagrado
7. Festa na Mata

Aproveitando a semana de lançamento do meneio e última sessão da série Cabeças que fazem Cabeças, pensei em fazê-las dialogar pra chegar no disco de hoje. A estréia é o segundo e fresquinho disco do projeto solo e caseiro União Thia,  produzido e gravado pelo guitarrista e compositor Marco Nalesso – que foi quem pilotou por último a nave da sessão que estreamos a pouco por aqui, e que convida alguém ligado à música pra discorrer sobre um disco instrumental.  Marco toca em outros projetos instrumentais como o Marco Nalesso e a Fundação (que esteve em nossas linhas) e o recém criado Habitante, que deve soltar mais material em breve.

O União Thia é uma mistura pesada de música eletrônica feita pelas programações, samples e alguns instrumentos sintetizados, e orgânica, onde Marco tocou guitarra, baixo e algumas percussões. Toda essa mistura muito bem recheada com muita música negra psicodélica e esfumaçada: dub, funk, cumbia, reggae, afrobeat e outras tertúlias brasileiras. É um sincretismo já existente nos trabalhos que Nalesso tem com os outros projetos e que chegam unidos e com belo o peso aos nossos ouvidos.

Pra ouvir o Parte 2, clique aqui!
Recomenda-se fones de ouvido para degustação…

Segue um clipe da música Óruba, presente no primeiro disco do União Thia, e lançado no início do ano:

No Agreement (1977) – Fela Kuti

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Fela Kuti - No Agreement - 19771. No Agreement
2. Dog Eat Dog

Em algumas ocasiões aqui no blogue, demos licença à diversas bandas ou artistas que em seus discos instrumentais colocam palavras nas composições. Seja um poema, gritos, canção ou fazendo a vez de um instrumento, as palavras por aqui nunca silenciaram. Pensando nisso, e com uma vontade imensa de homenagear um dos maiores da música no século XX e que faria 75 anos hoje, pedimos permissão mais uma vez pra extrapolar a música sem palavras.
Não seria momento melhor, já que a licença é pra postar um disco do nigeriano Fela Kuti, criador do afrobeat – batida que mistura jazz, juju music, highlife  e música iorubá , dono de uma discografia fantástica e com uma vida política de luta contra o poder instituído pelos militares africanos e em favor da liberdade. A música de Fela é essencilamente instrumental; as composições (geralmente com mais de 10 minutos) tem um tema principal tocado em um loop hipnotizante, onde as melodias vão sendo desconstruidas pelos diversos músicos e instrumentos que formavam (inicialmente) a Afrika 70, e depois, a Egypt 80, bandas que acompanharam Fela.

Como comentei, a discografia do músico, produtor e arranjador é gigante, chegando em alguns anos a lançar mais de três discos. Os discos tinham poucas músicas, dando de ombros ao tempo curto que usualmente elas tinham, e além disso, Fela não costumava repetir as músicas em seus shows, tendo que sempre compor muito.  Tocavam praticamente todos os dias na República Kalakuta (onde moravam banda, dançarinas e amigos de Fela), compunham os temas, tocavam-nos em shows e já gravavam. Pra época, o tamanho da banda e as condições técnicas, com certeza deviam ensaiar muito tempo, pois na audição dos discos, percebemos uma banda totalmente entrosada, pulsando…
Fela em suas músicas sempre discursava, principalmente denunciando o que ocorria na África dos anos 70, instável e turbilhão político devido ao momento de descolonização européia que o continente viva na época. Os discuros são fortes, sem massagem, colocando o dedo na cara dos governantes e conclamando uma África livre, do povo. Isso causou muito problema, já que Fela foi preso algumas vezes e teve sua casa (a República Kalakuta) invadida e destruída pelo governo nigeriano, em 18 de fevereiro de 1977, mesmo ano que o álbum No Agreement foi lançado.

Pra não passar em branco a data de seu nascimento, escolhi o disco de 1977, onde temos duas músicas: No Agreement (mesmo nome do álbum), e Dog Eat Dog, inteira instrumental. Assim, como mais de 50% do disco instrumental (…) homenageamos o grande Fela e continuamos com a música instrumental mandando prender e soltar por aqui.
A licença foi dada e com enorme satisfação o disco está posto. Pra ouvir essa pedrada, clique aqui!

Smile (2010) – Skeletons

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skeletonssmile1. Positive Force
2. Marathon Man
3. Mister Mistery
4. 50 Degrees
5. Gravel
6. Firesticks
7. Over The Bridge
8. Skeletons
9. Gaudelupe
10. Mulatu
11. Blood
12. Adam & Eve (feath The Voice of Alice Russell)

Pra dar adeus ao horário de verão (pelo menos no Brasil), mas não ao verão aqui pelos trópicos, nada melhor que  um disco quente. Trata-se de Smile, da banda/projeto Skeletons, que é encabeçada pelo produtor Benedic Lamdin, do atuante coletivo inglês Nostalgia 77. Com um trabalho conciso na produção musical, e vários outros trabalhos lançados pelo selo que seguem em diversos ritmos e experiências, no Skeletons, o produtor nos leva a passear sobre a música do belíssimo continente africano.

Lançado em 2010, Smile ambula com tranquilidade pos diversos ritmos do nosso continente origem de história e cultura. Do afrobeat de Ebo Taylor e Fela Kuti à música etíope de Mulatu Astake, muito bem executada e reverenciada, e  fazendo-a dialogar com a música negra que atravessou o Atlântico e descobriu-se, entre outros tantos ritmos,  no jazz e funk.
Disco foda! Pra ouvi-lo, clique aqui!

Morbo y Mambo (2011) – Morbo y Mambo

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1. La Espada de Cardona
2. Blanco Nigeria
3. Gorila
4. Solo TV
5. Escandar
6. Candonb
7. Fung Wah
8. Colon y Hara
9. Kerosene
10. Antena Comunitaria
11. Das Papier

O afrobeat chegou forte na América do Sul e entre outros lugares que aportou, a Argentina foi um deles. Isso fica claro na música do Morbo y Mambo, banda “rioplatense” (Mar del Plata) de música instrumental. O disco – homônimo – lançado ano passado é o segundo registro do grupo argentino, que toca junto desde 2007 e lançou em 2009, um EP denominado Handeneless.

O afrobeat á a referencia que mais se aparenta ao dar um play no álbum, mas ao longo das 11 composições, nota-se outras influências nas músicas do Morbo y MamboRock psicodélico, dub e funk também estão no disco da banda, que está pela segunda vez fazendo shows no Brasil. Desde a semana passada, estão se apresentando pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Fica a dica pra quem conseguir ver os caras ao vivo. Se liguem nas datas!
Se perder o show dá pra ouvir a música do Morbo y Mambo, clicando aqui!

Haptics (2012) – The Cactus Channel

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1.Emanuel Ciccolini
2.The Colour Of Don Don
3.Derty D’s Thang
4.Budokan
5.Tom has Ideas
6.Level up
7.Boss Cat
8.Jungle Run
9.Under The Birdcage
10.Hot Teeth
11.Snap Kick That Fat Shit

Haptics é o álbum de estreia da big band australiana The Cactus Channel. Direto de Melbourne, a moçada vem ganhando o mundo com um som de responsa, um groove pesado embalado pelos saxofones, trompetes, guitarras, baixo, piano e bateria. Influenciados por James Brown, Budos Band e outros, fazem uma bela mistura de, entre outras coisas, funk, soul e afro-beat. Belo som, confere aí, só clicar e ouvir!

Rising Sun (2010) – The SoulJazz Orchestra

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1. Awakening
2. Agbara
3. Negus Negast
4. Lotus Flower
5. Mamaya
6. Serenity
7. Consecratior
8. Rejoice (parte 1)
9. Rejoice (parte 2)

O The SoulJazz Orchestra é uma banda canadense que faz aquele groove malicioso que estamos acostumados a ouvir pelo jazz/funk criado na África, por mestres como Mulatu Astakte e Fela Kuti, deixando-o mais oriental e sedutor aos ouvidos. Rising Sun, de 2010 é o terceiro disco da banda, lançado pela Strut Record`s, mesma gravadora que promoveu o primoroso encontro entre o já citado “Mulatu” e a banda norte americana The Heliocentrics.

Rising Sun, além de ter esse groove bem construído pelas melodias da música negra, tem uma seneridade muito grande em algumas faixas, fazendo um disco com cerca de 40 minutos, parecer ser maior, dado a grande gama de estilos apresentados e instrumentos tocados pelos músicos; foram cerca de 30 instrumentos tocados pelos 6 integrantes, que fizeram ocorrer um belo diálogo entre a música estadunidense, africana, oriental e latina.
Pra ouvir esse pedra, clique aqui!

Evento Horizonte (2012) – Ubella Preta

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1. Supermoon
2. Alderbaran
3. Fuga de Idéias
4. Sincinaty
5. Gliese 581g
6. Futuro do Silício
7. Beatless
8. Marte

Hoje é dia de estréia aqui no Boca Fechada. O disco Evento Horizonte da banda paraibana Ubella Preta tá fresquinho; mais precisamente, foi disponibilizado ontem pra download pela própria banda e mostra uma evolução e amadurecimento muito grande dos músicos, dos temas e dos timbres, em relação ao EP Água de Jamaica, lançado em 2010, e que impressionava pela sonoridade e pesquisa musicais inseridas.

Evento Horizonte é uma bela mistura de música brasileira com um groove da pesada. O afrobeat, o funky e o soul das bases das composições se entrelaçam com um experimentalismo pulsante, linhas de guitarras bem brasileiras e citações da cultura popular brasileira, principalmente nordestina. Mais um disco sensacional da nova safra da música instrumental brasileira!
O Ubella Preta é formado por David Neves e Felipe Nicolau.
Ouça!! 

Três Vezes Grande (2012) – Marco Nalesso e A Fundação

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1. Vucuvalcuo
2. Macumba_Toró
3. Di Voleio
4. Cobra Criada
5. Ponta Guerreira Também é Bala

A “nova” música instrumental brasileira não para de colocar discos fodas no ar! Dessa vez é a Marco Nalesso e A Fundação que chega com um groove pesado em Três Vezes Grande. Marco Nalesso é um multiinstrumentista, compositor e grande pesquisador de álbum. Ouvindo o disco conseguimos perceber a grande gama de ritmos e estilos que somam-se a pegada funky do disco. Várias linguagens musicais brasileiras e internacionais são transformadas em pedradas expimentais de grande qualidade.

Para acompanhar as composições de “Nalesso”, a base está firmada com “A Fundação“, formada por Rafael Cab (bateria), Yuri Braga (percussão) e Carol Navarro (baixo e vozes). Em uma das faixas: “Macumba Toró”, há poemas recitados pela própria Carol e Luciana Araújo, abrindo mais ainda os ‘caminhos’ da música instrumental e mostrando que é um dos gêneros musicais mais abertos à novas experimentações. O disco foi gravado, produzido, mixado e masterizado no Estúdio Synco por Rodrigo Rossi e disponibilizado pela própria banda pra download!
Ouça!

High Noon (2012) – The Funk Ark

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1.Chaga
2.Road To Coba
3.Hey Mamajo
4.Rinconcito
5.High Noon
6.Green Tree, Yellow Sky
7.Funky Southern
8.419
9.El Rancho Motel
10.Wayward Bill

Conforme prometido, esta aí o segundo e mais recente disco da banda norte americana The Funk Ark. Groove de primeira, misturando jazz, funk, afro-beat, música latina e, dessa vez, com um pouco mais de elementos eletrônicos. E como o primeiro disco, este também é uma petardo pros ouvidos. Muito bom! Só clicar e ouvir!