Arquivo mensal: fevereiro 2012

Oficina Instrumental (1981) – Uakti

Padrão

1.Promessas do Sol
2.Dança da Chuva
3.Maíra
4.As Nove Esferas
5.Uakti
6.Planeta Terra

Belo som produzido pelo grupo mineiro Uakti. Grupo formado por Marco Antônio Guimarães, Artur Andrés Ribeiro, Paulo Sérgio Santos e Décio Ramos que desenvolve um extraordinário trabalho na arte da construção de instrumentos musicais a partir de materiais como tubos de PVC, madeira,vidros, metais, pedras, borracha, cabaças, etc. O nome Uakti vem de uma lenda dos índios Tukano, como está escrito na capa do primeiro álbum da banda – Oficina Instrumental. Confira que sonoridade!

Este video é de uma apresentação da banda em 1996, na cidade de São Paulo durante o Heineken Concerts com a participação de Milton Nascimento. 

Mental Surf (2012) – Psilosamples

Padrão

1. Eterna criança do mato
2. Ovelha Negra
3. Estrada da terra
4. Coração de Urtiga (Interlúdio)
5. O príncipe da roça
6. Bom dia menina pelada!
7. Meteorango Kid
8. Ok, Zé da Roça
9. RÁleluia (Bonus Track)

Recentemente lançado, Mental Surf  é o mais recente trabalho de Zé Rolê, ou simplesmente Psilosamples. O disco, vazado no início do ano é uma obra da música eletrônica brasileiraDiferentemente da música eletrônica que estamos acostumados a ouvir, Mental Surf é fincado em solo brasileiro, com suas raízes passando pelo chão do interior de Minas Gerais, terra do Zé; percebemos isso nos samples e nos nomes das músicas.

Mesmo eletrônico, é um disco  muitas vezes na intimista, pois nota-se um belo trabalho de escolha de beats, timbres e “finesse” na pós-produção. Dá pra se ouvir na balada também, mas os detalhes e nuances, por vezes, te prende a um eletrônico mais intimista. Confira esse belo trabalho do Psilosamples, ou Zé Role, que esse ano, está escalado pra se apresentar na edição brasileira do festival Sonár.

Elefantes na Rua Nova (2011) – Caçapa

Padrão

1. Baiano-Rojão nº01
2. Coco-Rojão nº01
3. Coco-Rojão nº03
4. Baiano-Rojão nº02
5. Coco-Rojão nº02
6. Samba de Rojão nº01
7. Rojão nº01
8. Coco-Rojão nº04

O compositor, arranjador, produtor musical e violeiro Rodrigo Caçapa lançou em 2011 eu primeiro disco solo – Elefantes na Rua Nova. São oito temas instrumentais gravados com um baixolão, algumas percussões e três violas caipiras ligadas em pedais de efeitos. Os temas são ritmos de danças populares: côcos, baianos, rojões e um samba. Além de baixar o som, confira os videos sobre o processo criativo das composições e arranjos.

Samba Instrumental (1973) – Os Carbonos

Padrão

1. Eu bebo sim
2. Ao velho poeta Pixinguinha
3. Tristeza pé no chão
4. Boi da cara preta
5.  Do you like samba?
6. Mexe-mexe
7. Carinhoso
8. Retalhos de Cetim
9. Cachaça Mecânica
10. Orgulho de um sambista
11. Kriola

Pra não dizer que deixamos o carnaval passar em branco, vai aí uma manifestação carnavalística sem palavras, em forma de uma pedra instrumental. A tal, é o disco “Samba Instrumental” do grupo Os Carbonos, que no álbum fez releituras instrumentais de grandes sucessos do samba: “Eu bebo sim”, “Carinhoso” e “Kriola” são algumas das escolhidas. A especialidade do grupo sempre foi o que chamamos de música cover e essa mesma formação trocou de nome diversas vezes: Andróides, The Mackenzie Group, Carbono 14 e The Magnetic Sounds são algumas das alcunhas escolhidas.

Os Carbonos formaram-se na década de 60 na cidade de São Paulo, em plena efervescência da Jovem Guarda, o “iê-iê-ië” brazuca. É importante notarmos que na mesma decáda de 60 e 70, o samba, antes marginalizado, é posto como estandarte da cultura nacional; época em que o nacionalismo era exacerbado ao extremo, em vias de criar-se uma identidade brasileira, desejo grande da diadura militar. Nada mais justo que “Samba Instrumental” tenha essa mistura. O ritmo genuinamente brasileiro, percebido nas levadas ritmicas do grupo, soma-se ao teclado “àlá” Lafayette, além de guitarras chorosas e backings vocals que passeiam entre o “iê-iê-iê” e samba.

A mistura cai bem nesses dias de folia…Por vezes calmo, romântico ou quente, um dos ritmos carnavalescos encontra-se muito bem homenageado.
Confira!!

Instrumental (1985) – Almir Sater

Padrão

1. Corumbá
2. Minas Gerais
3. Vinheta do Capeta
4. Luzeiro
5. Benzinho
6. Rio de Lágrimas
7. Na Piratinnga: de Jeep
8. Doma
9. Viola de Buriti
10. …É de Minas prá Riba
A
Primeiro disco instrumental de Almir Sater, tocando sua viola com uma galera de peso:
Alzira Espíndola: violão de 12 cordas
André Gomes: Cítara
Capenga: violão
Carlão de Souza: violão de 12 cordas
Guilherme Rondon: violão
Papete: percussão e bateria Simmons
Tavinho Moura : violão
Zé Gomes: violino

Neste trabalho temos a recriação de um dos clássicos do sertão – “Rio de Lágrimas” (Tião Carreiro – Lorival dos Santos – Piraci) e músicas dos próprio Almir – músicas bem trabalhadas, com belos solos, misturando alguns gêneros regionais como cururus, maxixes, chamamés, arrasta-pés com sonoridades urbanas, até usando bateria eletrônica. Um belíssimo trabalho, inovador! Confira!

Mama Gumbo (2004) – Mama Gumbo

Padrão

1.Tyfoid Flamin’ Beat
2.Brubeck “En” Pesadelo
3.Normal Blues
4.Vagarillo
5.Tagina Quebrada
6.Serginfinitus
7.Grizzpack Flunder
8.You Can’t Catch Me
9.Cobalto Dancing
10.Inferno De Lux
11.Chapati
12.Opus Motel

Mama Gumbo é umas das bandas precurssoras da nova música instrumental que surgou na virada do milênio aqui no Brasil. Mais livre de rótulos, “menos chata” e virtuose essa música consegue se aproximar mais do público e da música popular, não se afastando de uma estética refinada e muito experimentalismo.
Todas essas características são encontradas no primeiro álbum do grupo, formado na periferia de São Paulo e que já está há quase dez anos na estrada. Conseguimos perceber nele o jazz  como base das composições e temas, mas nota-se também blaxploitation, música brasleira, música moderna e temas de trilha sonora.

A formação atual do grupo é diferente a do primeiro registro. Hoje, o grupo conta com 4 integrantes (em alguns monetos, já contou com 5): Alex Cruz, com seus temas quentes e psicodélicos nos teclados e paino e Tiago Rigo, que toca baixo no disco e atualmente bateria . João Paulo, o outro músico do disco toca bateria, baixo e guitarra, porém está mais no grupo.
Os 3 fazem a música do Mama Gumbo soar urbana, saída do caldeirão sonoro da capital paulista direto para os cérebros atentos ao bom som.
O Mama Gumbo possue além desse primeiro álbum, outros três:  “Ao Vivo no Cidadão do Mundo” (2007), “Eletroroots” (2009) e o recém lançado “Na Garagem dos Cães (2011). Fontes seguras disseram que o quinto álbum está totalmente pronto e que em breve  ganha as ruas e nossos ouvidos.
“Mama Gumbo” de 2004 foi disponibilizado pelos próprios caras. Pedrada!!

Bulletproof Brass (2011) – Hypnotic Brass Ensemble

Padrão

1. Starfighter
2. Touch The Sky
3. Pluto
4. Kryptonite
5. Champion
6. Black Boy

Os filhos do ex-trompetista da Sun Ra Arkestra, Phil Cohran, estão de volta ao Boca Fechada!  Hypnotic Brass Ensemble!  Desta vez, temos o disco lançado ano passado “Bulletproof Brass” contendo 6 faixas que, seguindo o estilo da banda, viajam pelo hip hop e pelo funk. Ouça aí que vale a pena!

YYY (2010) – Falsos Conejos

Padrão

1.Estrobos
2.Villazon
3. La Cubetera
4.Sobrevuelo
5.El Panq
6.El K-Co
7.Atake DC
8.Sierra Maestra
9.MTPTS

Falsos Conejos é uma banda instrumental argentina genuinamente rock, mas com uma alma experimental pulsante. Trabalhando desde 2006 juntos, minimalismos, dub, post rock e outros elementos transformam a música do power trio em algo singular.

“YYY” é o segundo registro dos hermanos em estúdio. Gravado de uma forma diferente do habitual o disco soa como uma grande faixa única, uma bela mixtape. Gravado ao vivo em um casarão bucólico,  buscaram aproveitar os espaços da casa e conseguiram o desejado: ser um registro longe do tempo cronológico e do metronômo. MIxagem e masterização, respeitaram esse estética escolhida pelos Conejos (Leandro, Juank e Matias) para a obra.

É possível ver um leque muito grande de influências em YYY e na música feita pelo trio. Tanto os shows, quanto os registros tem pegada forte e visceral, em alguns momentos lembra Fugazzi, em outros  Pink Floyd  e John Cage. Desde 2009, os Falsos Conejos realizam turnês pelo Brasil, cada vez mais se consolidando por aqui e para 2012 preparam mais aparições em terras tupiniquins. Certeza de boa música experimental e boas conversas…
Dá pra ter contato com essa maravilha de disco no próprio site dos caras! Deguste!!

A Punga (2011) – Malditas Ovelhas!

Padrão

1. Cantagalo
2. Esqueleta
3. Ode ao Viajante

Diversos ritmos e estilos estão em plena confluência na música do Malditas Ovelhas!: elementos de abrangência universal, como o rock’n roll, o funk e o soul, dialogam em pé de igualdade com ritmos regionais e gêneros como a cumbia, o forró e o samba, sem se fechar em formatos e clichês estilísticos; experimentações musicais variadas convergem em sucessão de paisagens sonoras, construídas meticulosamente ao longo de cada música, levando o ouvinte a sensações conflitantes entre si, uma espécie de catarse sonora.

Malditas Ovelhas!, que desde 2006, nos tempos “da 11”  em Araraquara-SP, vem na luta para criar o seu som e fazê-lo chegar até nós, possui um disco “demo” lançado em 2008,  “A Punga” de 2011 e, no momento, trabalha na pré-produção de seu primeiro álbum que com certeza estará presente por aqui. Confira!!!

A Divina Increnca (1980) – A Divina Increnca

Padrão

1. Cheguei, Lá e Tal…
2. Canção Pra Ela
Balão
3. Friii-tz
4. Ainda Bem Que Não Flalta Fauta
5. Frevo do Cheiro (Nois Sofre + Nois Goza)
6. A Lira e a Gira
7. Ufa!
8. Conforme o Dia (Filomena)

“A Divina Increnca”,  primeiro e único disco do grupo de mesmo nome é uma álbum com essência jazz. Porém, é um jazz diferente do habitual. O encontro (meio casual) de Félix Wagner, Rodolfo Stroeter e  Azael Rodrigues  deu luz à uma música distinta.  Os 3 fizeram da tal Divina Increnca um conceito criado em cima do concretismo dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos.

Querendo de todas as formas sair do comum, do habitual, o grupo nasce anárquico e punk, em conceito e musicalidade. Na primeira faixa (Cheguei Lá e Tal…) percebe-se um disco de jazz, mas com o passar dos minutos nota-se que a intenção do grupo é outra. É a não-intenção. Percebemos nas músicas um tanto de Hermeto Paschoal, John Cage, Egberto Gismonti, John Coltrane e várias experimentações futuristas dos instrumentistas: jazz brasileiro de extrema qualidade.

O disco foi gravado ao vivo na sala “Guiomar Novaes” na FUNARTE, em São Paulo, devido ao piano que a sala possuia. O único overdub posto – palmas em uma das faixas – foi gravado no estúdio JV, onde Azael e Rodolfo trabalhavam.
Delicie-se com as viagens….