Arquivo da categoria: Fusion Jazz

A + B (2012) – Quarto Sensorial

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Quarto Sensorial - A + B (Cover)1. Biotônico Ferreira
2. Inferno Astral
3. Voo Livre (parte 1)
4. Voo Livre (parte 2)
5. 08’59 am
6. La Gambiarra
7. Samba Cafeinado

Na estrada desde 2007, os gaúchos do Quarto Sensorial lançaram ano passado seu primeiro disco cheio: A + B, depois do EP de estréia denominado “Quarto Sensorial“, lançado em setembro de 2009. O disco foi gravado e produzido em Porto Alegre, cidade com importantes bandas instrumentais como a já extinta Pata de Elefante e o Reverba Trio, além de outros belos trabalhos instrumentais como o de Marcelo Armani. Essa grande leva de artistas gaúchos confirma o que Renan Ruiz disse na entrevista com a banda Catexia feita na semana passada: ‘é difícl algum estado brasileiro não ter uma banda ótima de música instrumental”. Fato!

A + B, como os próprios músicos dizem é um laboratório de ritmos e experimentações, pois o power trio formado por Bruno Vargas (baixo), Carlos Ferreira (guitarra, violão e programações) e Martin Estevez (bateria e percussão) mistura com muita criatividade o jazz/fusion latino com passagens minimalistas e rock progressivo, e ritmos brasileiros como o samba com o post rock, criando paisagens sonoras que levam da tranquilidade à intensidade dentro da mesma composição. Mais uma prova do belo momento que a música instrumental brasileira vive.
Pra ouvir A + B, clique aqui!

On the Corner (1972) – Miles Davis

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Capa

1. On the Corner
2. New York Girl
3. Thinkin’ One Thing And Doin’ Another
4. Vote For Miles
5. Black Satin
6. Onde and Onde
7. Helen Butte
8. Mr. Freedom X

Decididamente um dos discos mais polêmicos da história do jazz é On The Corner, cria de um dos músicos mais excêntricos, genias e incompreendidos do ritmo negro nascido na América do Norte. Lançado em 1972, essa obra de Miles Davis à época de seu lançamento, foi amplamente criticada por jornalistas, fãs e músicos do jazz, graças à grande novidade e mistura para que a música de Miles apontava. No fim da década de 60, Miles teve contato com a música de Jimi Hendrix e a partir daí seu jazz eletrificou-se e foi alçado a diálogos com sintetizadores, pedais de efeito, instrumentos eletrônicos, a música contemporânea de Stockhausen e o funk, ritmo recém nascido no final da década de 60.

On The Corner é uma grande jam de músicos fudidos. Entre eles: Chick Corea, Herbie Hanconk John MachLaughlin, também responsáveis por eletrificar o jazz. Ao dar play nessa grande obra, recebemos um grande murro no queixo. O disco começa com quatro músicas que na verdade são apenas uma pedrada: On the CornerNew York GirlThinkin’ One Thing And Doin’ AnotherVote For Miles, e nessa linha segue em todos seus 50 minutos. Grande parte dos críticos, dizia que o disco era repetitivo, esquisito e não significava nada. Na verdade, o que Miles fez, foi não repetir a forma em que jazz caminhava há muitas décadas, dando à ele um novo conceito e estética musical.
Pra baixar essa pedrada, clique aqui!

Slaves Mass (1977) – Hermeto Pascoal

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capa

1. Tacho (Mixing Pot)
2. Slave Mass (Missa dos Escravos)
3. Chorinho Para Ele (Little Cry For Him)
4. Cannon
5. Escuta Meu Piano (Just Listen)
6. Aquela Valsa (The Walts)
7. Geléia de Cereja (Cherry Jam)

Hermeto Paschoal dispensa comentários e maiores apresentações. Considerado um dos maiores músicos brasileiros e também um dos mais marginalizados da história da nossa música, está há quase 50 anos colocando a música brasileira pra frente. É um dos artistas mais inventivos e genias da música popular, capaz de transformar a música mais rústica vinda do interior do Nordeste e referência para suas composições, em música moderna, atonal e à frente de seu tempo.

Em 1977, época em que estava em Nova York gravando com Airto Moreira e Flora Purim, foi convidado a gravar essa grande obra de sua discografia, o disco Slaves Mass ou Missa dos Escravos. A tal “missa”, reúne tudo que faz parte do imaginário fantástico das composições de Hermeto: os ritmos africano e o jazz, misturados à vários elementos do sertão, desde ritmos como toada, baião e maracatu, à animais presentes em seu cotidiano de infància em Lagoa da Canoa, município alagoano onde nasceu. Além de nunca esquecer do choro, ritmo genuinamente brasileiro e sempre presente na carreira do artista.

Um desses animais participou como instrumentoem uma das faixas, demonstrando a originalidade do compositor. Na música que dá o nome ao disco, um porco teve seus grunidos gravados e misturados a cânticos e melodias que fazem referência a história do músico e aos ritmos da música negra. Outro detalhe interessante das músicas de Hermeto, é que na maioria das suas composições a voz se faz presente; não cantando, mas sim, participando hamonica e melodicamente na construção dos arranjos, ou funcionando como pequenos samples.
Mais uma grande obra dessa mestre da múscixa brasileira. Pra ouvir Salves Mass, clique aqui!

Belorizonte (1983) – Aum

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aum Frente1. Tema pra Malu
2. Serra do Curral
3. Belo Horizonte
4. Nas Nuvens
5. 4 e 15
6. Tice

Belorizonte é o único disco da carreira da banda mineira de rock progressivo Aum. Lançado em 1983, o disco gravado de maneira totalmente independente hoje é relíquia, e por isso se tornou muito valioso nas mãos dos colecionadores.
Em um período onde era muito difícil gravar e lançar sem uma gravadora por trás, além de ser epóca onde a new wave vendia milhões no Brasil, os 5 mineiros do Aum, lançaram um belo disco misturando rock progressivo com jazz fusion, criando um bela obra longe das mãos das grandes coorporações da indústria fonográfica, num período onde os ganhos estratosféricos das gravadoras se fazia muito presente.

Pra ouvir essa relíquia, clique aqui!

Synesthesia (2013) – The Kandinsky Effect

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cover_[plixid.com]

1.Johnny Utah
2.M.C.
3.Cusba
4.WK51
5.Walking…
6.Brighton
7.Left Over Shoes
8.Lobi Mobi/Hotel 66
9.Mexican Gift Shop
10.Lars Von Trier
11.If Only

Disco que acaba de ser lançado do trio formado pelo norte americano Warren Walker (sax/efeitos) e pelos franceses Gaël Petrina (baixo/efeitos) e Caleb Dolister (bateria/laptop). The Kandinsky Effect está na ativa desde 2007 e, nas palavras da banda, eles são “um trio de jazz pós-moderno à procura de novas maneiras de improvisar dentro da linguagem do jazz, misturando as fronteiras do jazz, rock, música eletrônica, hip-hop e sons experimentais para criar uma voz verdadeiramente singular dentro da música instrumental. A improvisação é sempre presente, e espontaneidade é fundamental.” Para conferir o Synesthesia, é só clicar aqui e ouvir!

 

Com Muito Ritmo (1972) – Boogaloo Combo

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front

 

1.Nappy Head (tema de “Guetto Man”)
2.Ain’t That Loving You (for more reasons than one)
3.Way Back Home
4.Ebony Eyes
5.Goza Negra
6.Theme From The Music Lovers
7.Hot Pants Road
8.Put It Where You Want It
9.Suavecito
10.Rock And Roll Lullaby
11.Un Rayo de Sol
12.If You Could Read My Mind

Para finalizar muito bem o ano, mais uma raridade da música brasileira pintando no pedaço. Com muito Ritmo, de 1972,  é o segundo de três discos lançados pela banda Boogaloo Combo. O álbum é uma mistura de música latina, soul, funk com uma certa dose de romantismo. É música de gente grande, daqueles discos pra ouvir e sair bailando! Só clicar aqui e mexer o esqueleto!

Preto de Cabelo Branco (2004) – Três de Paus

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tres de paus

1.Abertura
2.Jazz for Joe
3.L.A.
4.Pegando carona
5.Samba pro 6
6.Grooveando
7.Guanabacoa
8.Tem “mel” la em casas
9.Friendship
10.Nunca no um

Três de Paus é um trio instrumental que está na ativa desde 2002 formado por Maurício Caruso (guitarra), Ximba Uchyama (baixo) e Douglas Las Casas (bateria). Nas palavras da banda: “Não tocamos apenas Jazz, Funk, Música Latina ou Música Brasileira, não gostamos de rótulos, por isso o que tocamos deve ser chamado de MÚSICA INSTRUMENTAL, mas sempre trazendo tudo do “BRASUCA”, com o tempero do nosso Samba, Baião Maracatu entre muitos outros ritmos, pois desta forma podemos levar Música Instrumental Brasileira conhecida como MIB e mostrar a verdadeira arte de se tocar um instrumento, sem rótulos ou preconceitos.”

O disco Preto de Cabelo Branco foi lançado em 2004 e conta com várias participações: Márcio Negri (Sax Tenor), Adriano Magoo (Sanfona), Léa Freire (Flauta), Marcelo Martins (Sax Soprano), Marcelo Maita (Piano Rhodes), Yaniel Matos (Piano), Bocato (Trombone), Daniel Alcântara (Trompete), Walmir Gil (Trompete e Flugelhorn), Tubarão (DJ) e Tiago Costa (Piano). Para ouvir esse belo disco da música instrumental brasileira, é só clicar aqui!

 

Banda Metalurgia (1982) – Banda Metalurgia

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1. Multinacional
2. Amarelo
3. Impulso
4. Oi
5. AP 403
6. Barra pesada
7. Lá em Guayaquil
8. Ermelindo e Casa Nova
9. A Salsa e o cheiro verde
10. Esperando Edmundo
11. Em tempo de Baeta
12. Samba da volta ao Bernô

Em alguns momentos do que é debatido no atual momento da música brasileira, parece nunca antes ter havido música independente. Esse tabu é quebrado, dentre outras, com as produções da Vanguarda Paulistana, de Itamar (Assumpação), Arrigo (Barnabé), Língua de Trapo, etc., além do “instrumental operário” da Banda Metalurgia. Com espírito e formação de ‘Bernô City”, vulgo São Bernardo do Campo – região metropoliatana de São Paulo -, a Banda Metalurgia representou muito bem a música independente brasileira, numa época em que as grandes gravadoras estavam de olho somente nas composições do BRock.

Os tais “metalúrgicos”: Marcelo Munari (guitarra), Leão (piano), Edu (baixo), Claudinho (bateria), Lino Simão (sax e flauta), Bocato (trombone), Nonô (trompete), Faria (flugelhorn), Jacaré (saxofone) e Da Júlia (saxofone)  se destacam pela riqueza de sua música. Uma mistura potente de música brasileira, latina e jazz rock permeia o disco, trazendo referências experiemtais de Arrigo e Itamar e somando-a aos improvisos e temas livres do jazz. Esse disco, homônimo e lançado em 1982 é o único da banda, que em seu nome homenageia a capital dos metalúrgicos brasileiros.
Pra ouvir essa pepita, clique aqui!

Segue um vídeo dos caras no programa Fábrica do Som da TV Cultura. Um dos únicos e mais importantes programas da TV aberta da época, que divulgava a música independente e de vanguarda.

Geração do Som (1978) – Pepeu Gomes

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1. Saudação Nagô
2. Fissura
3. Linda Cross
4. Belo Horizonte
5. Odette
6. Toninho Cerezo
7. Malacaxeta
8. Alto da Silveira
9. Didilhando
10. Tambaú
11. Buchinha
12. Flamenguista

Geração do Som, de Pepeu Gomes é considerado um dos primeiros discos de instrumentais do rock brasileiro. O ano é 1978 e Pepeu tinha acabado de sair dos Novos Baianos, onde já vinha experimentando e misturando ritmos que estão nesse seu primeiro álbum solo. O disco é prova do virtuosismo e liberdade do guitarrista, já que foi nele que suas ideias se soltaram, dando outra sonoridade à suas composições.

Uma grande aula de um dos maiores guitarristas brasileiro. Aulas do próprio instrumeto e da síntese explosiva da música brasileira, representada por ritmos como frevo, maracatu, baião, choro e samba com rock progressivo, jazz fusion e música pop. Esse disco se tornaria um grande marco da música brasileira, além de ajudar Pepeu a se tornar um grande ícone do BRock dos anos 80. No final da mesma década, Pepeu voltaria a fazer um disco instrumental denominado “Instrumental On the Road”, mas que já não possuia toda criatividade e sonoridade novíssima do “Geração do Som”. É pedrada e das grandes!
Pra ouvir, clique aqui!

Somatória do Barulho (1976) – Airto Fogo

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1. Right on Bird
2. 1973 Cramen Avenue
3. High Syakers
4. Just Over
5. One Tip Toe
6. Satine Dog
7. Shadowy
8. So Be It
9. Tuesday in Jackson

Airto Fogo é um pseudônimo do brasileiro Waltel Blanco, arranjandor e compositor paranaense conhecido por seus belos arranjos e por ser um dos precurssores do jazz fusion, misturando a música americana com ritmos latinos e brasileiros; Waltel fez história como músico e compositor de trilhas internacionais de novelas da rede Globo, no tempo em que vários mestres da música brasileira, como Radamés Gnatalli, faziam parte dos casting artístico da emissora.

A escolha do pseudônimo Airto Fogo foi pra enganar os gringos e conseguir emplacar mais músicas em trilhas, para que elas não ficassem só ligadas ao nome Waltel Blanco. Waltel conseguiu com sucesso levar a história adiante, pois muitos meios de comunicação atuais, colocam Airto Fogo como um artista franco-canadense.

Somatória do Barulho, disco lançado em 1976 somente na gringa, é uma mostra de como o funk feito por Waltel (ou Airto) é inovador, pois um estilo que ainda estava em evolução na década de 70, tem uma ar de maturidade muito grande nas composições do músico paranaense. O groove aliado aos ritmos brasileiros e latinos, coloca qualquer um pra mexer o esqueleto.
Pra ouvir essa pedra, clique aqui!