Arquivo mensal: julho 2012

Edison Machado é Samba Novo (1964) – Edison Machado

Padrão

1.Nanã
2.Só Por Amor
3.Aboio
4.Tristeza Vai Embora
5.Miragem
6.Quintessência
7.Se Você Disser Que Sim
8.Coisa Nº 1
9.Solo
10.Você
11.Menino Travesso

Mais uma pedra preciosa da música brasileira, e das grandes.  Disco do carioca Edison Machado –  um dos mais importantes bateristas brasileiros, e talvez também, um dos mais esquecidos. Criador de conceitos em seu instrumento, foi responsável por criar a condução de prato no ritmo do samba. Assim, “Edison Machado é Samba Novo” é um disco que tornou-se referência para bateristas não só no Brasil mas em todo mundo. E não era pra menos, além de Edison Machado na bateira o disco conta com Tenório Jr. no piano, Sebastião Neto no baixo, Paulo Moura no sax alto, Pedro Paulo no trompete, Raul de Souza e Edson Maciel no trombone e J. T. Meirelles no sax tenor. É uma seleção brasileira! Edison Machado foi mais um músico brasileiro que morou e fez fama nos Estados Unidos, onde tocou com grandes nomes do Jazz como Chet Baker e Ron Carter.

Confira o release da contra-capa do LP:  “EDISON MACHADO – Há alguns anos passados, ainda garoto, apareceu tocando bateria – já nessa oportunidade, era o Sr. Ritmo – suas inovações marcaram época e pela primeira vez se ouviu samba tocado no prato. Não tentaremos definir nem explicar a maneira de Edison tocar, porque sua sensibilidade e sua técnica não podem ser definidas, nem explicadas com palavras – e a prova clara do que afirmamos é o fato de que, quando Edison viajou pela Europa, entusiasmou os povos daquele continente, magnetizando-os com a magia do seu ritmo. Nos EUA, Edison tornou-se ídolo de todos aqueles que tiveram a felicidade de ouví-lo, principalmente músicos. Nessa onda, também entrou Discos CBS, fazendo seus técnicos observá-lo na “Boite Baccarat”, do famoso “Beco das Garrafas”, a fim de que fosse possível estudar sua maneira de transpor para disco aquele som inconfundível. Aqui está o microssulco em questão, que foi realmente muito difícil de gravar. O resultado, porém, valeu o sacrifício de todos aqueles que com tanto carinho tomaram parte no trabalho. Necessário se faz explicar que os arranjadores e instrumentistas, componentes do conjunto que acompanha Edison neste LP foram escolhidos dentre os maiores músicos nacionais, e são eles: Moacir Santos, Paulo Moura, Maciel, Raulzinho, J. T. Meirelles, Pedro Paulo, Tenório Jr. e Tião Neto.”

Agora é só clicar e deliciar-se com esse belo som!

Circense (1980) – Egberto Gismonti

Padrão

1. Karatê
2. Cego Aderaldo
3.  Mágico
4, Palhaço
5. Tá boa, Santa?
6. Equilibrista
7. Ciranda
8. Mais que Paixão

Egberto Gismonti é um dos músicos mais “fuçadores” e genias que a música popular brasileira deu aos nossos ouvidos. Compositor e arranjador de sucesso, Gismonti fez diversas esperimentações unindo à música dodecafônica – que teve contato ao estudá-la na Europa, antes de iniciar sua carreira discográfica – com a música regional brasileira. Começou sua carreria no fim dos anos 60, fortemente influenciado pela bossa nova, tendo composto arranjos para a cantora Maysa em seu primeiro disco. A bossa nova foi deixada de lado na década seguinte, dando vazão somente às músicas instrumentais.

Circense, disco de 1980, é dessa fase do compositor carioca. Traz uma estrutura musical leve, com temas bem construídos, experimentando as possbilidades harmônicas dos ritmos brasileiros. O conceito do álbum: o circo, é bem representado nos temas, personagens e acontecimentos relatados, e que permeiam o mundo circense; deixando de lado somente os sentimentos alegres,  mais recorrentes ao tema, e enaltecendo a melaconlia, solidão e plastiscidade, muitas vezes maquiadas.
Clique aqui e ouça uma bela obra da música instrumental brasileira.

Evento Horizonte (2012) – Ubella Preta

Padrão

1. Supermoon
2. Alderbaran
3. Fuga de Idéias
4. Sincinaty
5. Gliese 581g
6. Futuro do Silício
7. Beatless
8. Marte

Hoje é dia de estréia aqui no Boca Fechada. O disco Evento Horizonte da banda paraibana Ubella Preta tá fresquinho; mais precisamente, foi disponibilizado ontem pra download pela própria banda e mostra uma evolução e amadurecimento muito grande dos músicos, dos temas e dos timbres, em relação ao EP Água de Jamaica, lançado em 2010, e que impressionava pela sonoridade e pesquisa musicais inseridas.

Evento Horizonte é uma bela mistura de música brasileira com um groove da pesada. O afrobeat, o funky e o soul das bases das composições se entrelaçam com um experimentalismo pulsante, linhas de guitarras bem brasileiras e citações da cultura popular brasileira, principalmente nordestina. Mais um disco sensacional da nova safra da música instrumental brasileira!
O Ubella Preta é formado por David Neves e Felipe Nicolau.
Ouça!! 

Punkgasm (2008) – Don Caballero

Padrão

1. Loudest Shop Vac in the World
2. The Irrespective Dick Area
3. Bulk Eye
4. Shit Kids Galore
5. Celestial Dusty Groove
6. Pour You Into the Roog
7. Chalenge Jets
8. Lord Krepelka
9. Why Is the Couch Always Wet
10. Slaughbaughs’ Ougth Not Own Dod Data
11. Dirty Looks
12. Who’s a Puppy Cat
13.  Awe Man Thaty’s Jive Skip
14. Punkgasm

Punkgasm é o sétimo disco dos estadunidenses do Don Caballero. O último disco lançado pela banda da Pensilvânia, em 2008, traz um instrumental mais pesado, misturando timbres e riff’s característicos do metal, com o andamento matemático e quebrado do math rock, sub genêro do rock, criado no fim dos anos 80, e que mistura dois genêros inicialmente em lados opostos: o punk rock,  marcado pela visceralidade de sua simplicidade musical e o rock progressivo, mais técnico e virtuoso e combatido pelos punk’s.

O Don Caballero consegue misturar muito bem esses genêros em suas composições. Os  andamentos e tempos quebrados são delienados pelo diálogo frenético, porém, de grande beleza das duas guitarras. Há músicas com voz, como “Punkgasm” (última faixa e que dá nome ao disco), mas mesmo assim, a voz não tem lugar cativo, como numa canção; apresenta-se como mais um componente das texturas experimentadas pelo quarteto norte americano.
O Don Caballero foi formado em 1992, originalmente por Damon Che (bateria), Mike Banfield (guitarra), Pat Morris (baixo) e Ian Williams (guitarra). No início dos anos 2000, hove uma reformulação, onde Ian Willians formou outra banda importante do math rock, o Battles.

Clique e ouça a pedrada!!